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Qual a função da gordura no repouso e no exercício? Essa é uma pergunta recorrente em nossa consultoria, nesse artigo vamos explicar como o corpo armazena, transporta, quebra e queima gordura.

Os lipídios, conhecidos como gorduras, entre outras funções, são uma fonte importante de combustível durante a atividade física constituindo também um componente estrutural importante de muitas células.

Muitos compostos químicos são classificados como lipí­dios. Entretanto, para a finalidade deste artigo, somente os compostos lipídicos relacionados aos nutrientes de liberação de energia serão discutidos.

O que são os lipídios?

Os lipídios são um grupo de compostos mistos, que podem se relacionar direta ou indiretamente aos ácidos graxos. Em geral, os lipí­dios têm duas propriedades principais:

  • Insolubilidade em água;
  • Solubilidade em solventes apoiares (por exemplo, éter, clo­rofórmio, benzeno).

Quais as principais funções dos lipídios no corpo

Os lipídios são uma fonte chave de liberação de energia du­rante o exercício, ou seja, podem ser armazenados no tecido adiposo e servir como isolante térmico nos tecidos subcutâneos e ao redor de determinados órgãos como

  • Coração
  • Fígado
  • Rim
  • Cérebro
  • Baço
  • Medula espinhal

Além disso, as gorduras atuam como transportadores dentro do sangue. Lipídios complexos como as lipoproteínas transportam lipídeos sim­ples, ou colesterol, na corrente sanguínea.

Como os lipídios são classificados?

Os lipídios podem ser classificados em simples ou com­plexos. Os lipídios simples são as gorduras formadas por ácido graxo e glicerol; triagliceróis (triglicérides) e ceras formadas por ácidos graxos, álcoois superiores, ou seja, o colesterol.

Os lipídios complexos são os fosfolipídios (ácido graxo álcool + resíduo de ácido fosfórico), os glicolipídios que contém carboidratos e lipoprotefnas, ou seja, lipídios associados à proteína.

Cada um dos tipos de lipídios desempenha funções importantes no corpo humano. Resumidamente, lipídios simples, como os ácidos graxos e triglicérides estão envolvidos na produção e no fornecimento de energia para a atividade física.

Outros ácidos graxos importantes, com conhecidos valores nutritivos, são os ácidos graxos insaturados (monoinsaturados, polinsaturados, ecosanóides). Além disso, um dos lipídios mais estudado e conhecido é o colesterol.

O colesterol serve como o precursor de muitos outros esteróides, incluindo os ácidos de bile, hormônios sexuais (estrogênio, androgênio, progesterona), hormônios adrenocorticais e a vitamina D.

Os fosfolipídios são componentes importantes das membranas das células, incluindo os tecidos cerebral, muscular e nervoso. Simi­lar aos fosfolipídios, os glicolipídios são distribuídos em cada tecido do corpo.

São também encontrados na parcela exterior da membrana plasmática, onde ajudam reforçando os carboidratos na superfície da célula (recorde-se que os glicolipídeos contêm carboidratos). Final­mente, as lipoproteínas são transportadoras importantes dos lipídios. Por exemplo, o colesterol é transportado na circulação pelas lipopro­teínas.

Qual é a função dos lipídios como substratos energéticos

A maioria dos ácidos graxos é armazenada no corpo sob a forma de triglicerídios. Os ácidos graxos que não são incorporados em uma molécu­la triglicérica são conhecidos como “ácidos graxos livres” (embora apenas uma porcentagem muito pequena deles fique realmente “livre”).

A maioria desses é ligada a um outro composto, por exemplo, a proteína (como a albumina). Porém, a maioria da gordura corporal dos seres humanos é arma­zenada no tecido adiposo visceral subcutâneo e profundo. Além disso, uma porcentagem pequena da gordura de corpo é armazenada nas células do músculo esquelético (aproximadamente, 300 gramas).

A gordura contém mais energia quando comparada aos carboidratos (9kcal contra 4kcal, por grama). De fato, as reservas de gordura no corpo são muito maiores se comparadas às reservas de carboidrato.

Assim, teoricamente, o corpo teria gordura suficiente para produzir energia durante muitos dias de atividade. Entretanto, se a circulação de glicose no sangue diminuir a um nível mínimo durante a atividade, o corpo não será capaz de oxidar as reservas de gordura no corpo para a produção de energia (não sendo suficiente a quantidade disponível).

Desta maneira, necessitamos de uma quantidade mínima de glicose circulando do sangue frequentemente (aproximadamente, 100mg.dl’1± 10%) para a produção de energia apropriada durante a atividade.

Por outro lado, quando o corpo “chegar ao limite”, não poderá continuar com a atividade física. Por exemplo, as concentrações de glicose no sangue abaixo de 65mg.dl’1 são associadas frequentemente com a fatiga do músculo.

Além disso, as reservas de carboidrato (para exercitar os músculos) podem ser esgotadas de 60 a 90 minutos de atividade físi­ca. 2-3 Assim, repor as energias transforma-se em uma importante tarefa durante a atividade prolongada.

Mobilização da gordura

Em repouso e durante o exercício, a maior parte da gordura uti­lizada como combustível deriva dos triglicéridios do tecido adiposo.

Mitos e Verdades

Por exemplo, em repouso, a oxidação da gordura pode contribuir com aproximadamente 60% da energia produzida, enquanto os carboidratos e a proteína contribuem apenas com 35% e 5%, respectivamente.

Entretanto, no início do exercício, o reverso ocorrerá (oxidação aumen­tada de carboidrato). Além disso, os ácidos graxos são liberados do tecido adiposo (ou seja, lipólise, ou quebra dos triglicerídios) e então entregues aos músculos esqueléticos para uma oxidação adicional (isto é, produção de energia).

A atividade da lipólise é mediada por diversos hormônios, incluindo glucagon, epinefrina, norepinefrina, hormônio do crescimento, cortisol e duas enzimas principais (Lipase Hormônio-Sensível-HSL e Lipase da Lipoproteína-LPL).

Outros fa­tores podem afetar a lipólise, mas não são limitados ao sexo, ao nível da aptidão e a intensidade do exercício.

O início do exercício

No início do exercício, ocorre um deslocamento na quantidade de gordura/carboidrato que está sendo oxidada e, então, dá-se sua con­tribuição à produção de energia.

A taxa da gordura e da oxidação de carboidrato dependerá de diversos fatores, incluindo a intensidade do exercício, a duração e o nível de aptidão do indivíduo.

O conceito de Crossover sugere que a energia produzida pela oxidação de carboidrato será maior do que a energia da oxidação da gordura, enquanto a intensidade do exercício aumenta.

Porém, eis a grande questão quando esse ponto do crossover da energia ocorre? A maioria dos especial­istas concorda que a oxidação de gordura ocorre entre 50 a 75% do V02máx.

Quebra dos gordura durante o exercício

No início do exercício, o Sistema Nervoso Simpático (SNS) libera catecolaminas importantes (hormônios: epinefrina e norepinefrina). Esses hormônios ligam-se e estimulam os receptores chaves posicio­nados na superfície gordurosa da célula (receptores Beta-Adrenérgico) que, por sua vez, ativam a enzima de HSL, iniciando assim a quebra de triglicérides no tecido adiposo (lipólise).

Uma vez que os ácidos graxos livres são liberados do tecido adiposo, ligam-se à proteína albumina. De fato, 99% dos ácidos graxos livres no plasma são carregados ao limite da albumina.

Eventualmente, os ácidos graxos são transporta­dos para o músculo esquelético ligados a proteínas (especializadas no transporte de ácidos graxos) localizadas nas estruturas internas e exter­nas da célula.

Uma vez dentro da célula, os ácidos graxos submetem-se a uma série de reações metabólicas e são, eventualmente, oxidados para a produção da energia – ATP.

Conclusão

Espero que esse artigo tenha esclarecido quais são as funções da gordura no corpo e como ela é quebrada para ser utilizada como fonte de energia.

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Rodrigo Ramos
Rodrigo Ramos
Sou Personal Trainer, especialista em programas de hipertrofia e definição muscular. Se tiver alguma dúvida CLICA NO ÍCONE DO WHATSAPP no canto inferior DIREITO da tela OU na imagem no meio do POST para falar diretamente comigo! Boa leitura!

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