FATO OU FAKE: SERÁ QUE FAZER CADEIRA ADUTORA É UMA BESTEIRA NO TREINO DE MUSCULAÇÃO?


Vejo muitos professores afirmando que usar a cadeira adutora é inútil, pois o adutor já é ativado durante exercícios como o leg press ou agachamento. Como esses professores têm muita mídia e a formação em cinesiologia nos cursos de Educação Física não é sólida, muitos profissionais não conseguem contestar essa informação equivocada.

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A cadeira adutora trabalha os adutores em todas as suas porções e o gracil
A cadeira adutora trabalha os adutores em todas as suas porções e o gracil

Elevação lateral versus cadeira adutora

O mais irônico é que esses mesmos professores que dizem não precisar fazer cadeira adutora recomendam elevações laterais para seus alunos. Se fosse assim, por que fazer elevações laterais se o deltóide medial já é ativado no desenvolvimento?

Diferença entre homens e mulheres

A maioria dos estudos aponta que a distinção entre homens e mulheres nas lesões de corrida está relacionada ao “ângulo Q”. Este ângulo, formado pela linha que passa pela metade superior da perna até o quadril, é geralmente maior nas mulheres devido aos quadris mais largos. Esse aumento no ângulo Q pode causar maior estresse nos joelhos e nas pernas, elevando a propensão a diferentes tipos de lesões.

Por isso, o treino de musculação focado no fortalecimento isolado dos músculos, especialmente dos adutores, é crucial para prevenir problemas nos joelhos, garantindo um equilíbrio muscular adequado e diminuindo o risco de lesões.

No Brasil, as mulheres têm quadris mais largos, o que aumenta a chance de lesões nos joelhos devido ao ângulo Q ser mais pronunciado em comparação com mulheres de quadris estreitos.

O Angulo Q acentuado das mulheres aumenta o risco de lesões no joelho

E aqui surge o problema: o vasto lateral é bem maior que o adutor magno. Quando você faz leg press, ambos os músculos são ativados. Se o vasto lateral ficar muito mais forte que o adutor, sabe o que pode acontecer?

Algumas lesões como:

  • Síndrome da Dor Patelofemoral (SDPF)
  • Lesões do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
  • Síndrome do Trato Iliotibial (ITB)
  • Instabilidade Patelar
  • Osteoartrite do Joelho
O vasto lateral é 40% maior que os adutores, e nessa briga ele sempre ganha e gera lesões nos joelhos das mulheres com quadris largos

Essas não são poucas complicações, certo? Talvez você diga: “Mas, professor, nem todo mundo vai ter essas lesões!”

Concordo, e é por isso que devemos analisar cada aluno individualmente e não criar regras infundadas sem embasamento científico.

Como resolver isso?

Vamos entender um pouco sobre os adutores da coxa: O adutor magno é o maior músculo adutor do quadril, com formato de leque. Ele pode ser dividido em duas partes distintas: a porção adutora e a porção isquiotibial.

A porção adutora está situada no compartimento medial da coxa, enquanto a porção isquiotibial pertence funcionalmente ao compartimento posterior da coxa.

Sua origem se estende desde a superfície femoral do ramo isquiopúbico até a superfície lateral inferior da tuberosidade isquiática. A porção adutora se insere na tuberosidade glútea, na linha áspera do fêmur e na linha supracondilar medial do fêmur, enquanto a porção isquiotibial se insere no tubérculo adutor do fêmur.

O adutor magno possui dupla função: ele aduz e estende o quadril. Por isso, é inervado por nervos que saem da coluna lombar (L2-S3). Além de ser um potente adutor da coxa, também ajuda na flexão da coxa (porção adutora) e na extensão da coxa (porção isquiotibial).

É crucial para muitas alunas fortalecer os adutores de forma isolada, pois, se esses músculos ficarem muito mais fracos que o vasto lateral e o tensor da fáscia lata, o joelho pode sofrer sérias lesões.

  1. Powers, C. M. (2003). “The Influence of Altered Lower-Extremity Kinematics on Patellofemoral Joint Dysfunction: A Theoretical Perspective.”
    Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 33(11), 639-646.
  2. Cowan, S. M., Bennell, K. L., & Hodges, P. W. (2001). “The Test-Retest Reliability of a New Method for Assessing Proprioception of the Knee in Subjects with Patellofemoral Pain Syndrome.”
    Journal of Orthopaedic Research, 19(5), 789-794.
  3. Witvrouw, E., Callaghan, M. J., Stefanik, J. J., Noehren, B., Bazett-Jones, D. M., Willson, J. D., & Earl-Boehm, J. E. (2014). “Patellofemoral Pain: Consensus Statement from the 3rd International Patellofemoral Pain Research Retreat Held in Vancouver, September 2013.”
    British Journal of Sports Medicine, 48(6), 411-414.

Autor: Rodrigo Ramos

Sou Personal Trainer, especialista em programas de hipertrofia e definição muscular. Se tiver alguma dúvida CLICA NO ÍCONE DO WHATSAPP no canto inferior DIREITO da tela OU na imagem no meio do POST para falar diretamente comigo! Boa leitura!

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