Treino pliométrico para ganhar força e massa muscular

A chave para a performance nos desportos é a execução mais rápida possível. A execução nos movimentos desportivos demora menos tempo do que o músculo para desenvolver uma contração máxima. O treino da pliometria é a chave para desenvolver essa explosividade e velocidade. Desde 1960 que a União Soviética tem vindo a praticar o que nós hoje chamamos pliometria. Os soviéticos tiveram sucesso no uso de regimes de treino baseados na pliometria. Os resultados podem-se verificar nas disciplinas de saltos.

Yuri verhoshansky pode muito bem ser apelidado “O pai da pliometria“ ele tem sido o líder na investigação e o treinador mais reconhecido na divulgação da pliometria. Muitos treinadores ainda hoje não acreditam na eficiência deste método.

A investigação científica deu um esclarecimento fundamental sobre as propriedades elásticas do músculo e a sua treinabilidade. Aparte deste conhecimento no entanto tem havido mal entendidos no que respeita á aplicação da pliometria. Mas com o passar dos anos a pliometria tem sido cada vez mais usada pelos treinadores devido ao aumento significativo da explosividade e velocidade.

O QUE É A PLIOMETRIA?

A Pliometria gira em torno dos movimentos dos saltos. Os músculos funcionam como uma mola. Puxa-se a mola para baixo e solta-se. O que acontece? A mola entra em acção. Esta é a ideia geral da pliometria. Nós queremos desenvolver a maior quantidade de força no menor tempo possível. Teremos de ser explosivos. Não é esta a chave para a performance desportiva? Penso que sim

Ao serem explosivos os músculos desenvolvem elasticidade. Elasticidade é uma resultante da pliometria. Tal como no exemplo da mola, os músculos quando são carregados atuam como a mola. Eles armazenam a energia através da compressão e quando libertam a energia os músculos produzem força.

Então se nós trabalhamos na construção de uma rápida libertação para produzir mais energia, possivelmente aumentaremos a força explosiva !!! a pliometria é mais uma arma para juntar ao arsenal com o intuito de melhorar a performance desportiva.

POTENCIANDO A EXPLOSIVIDADE

Antes de se começar a desenvolver a explosividade , deverá fazer-se 2-3 meses de treino da força com pesos , especialmente para a parte inferior. O treino de força para a parte inferior pode incluir , agachamento, ½ agachamento, afundos, glúteos, posteriores etc. Estes movimentos iram fortalecer as junções dos tornozelos, joelhos e bacia ,onde têm grande importância no desenvolvimento da explosividade.

Usando contracções isométricas em diferentes posições do agachamento e ½ agachamento e depois saltar para cima , ajudará a adaptação do corpo ao treino explosivo.

BIOMECÂNICA DA PLIOMETRIA

O treino pliométrico permite que se crie grandes quantidades de força , na execução de determinadas habilidades como, saltar alto ou correr rápido. Não é isso que se pretende? Velocidade e explosividade. Para se poder alcançar essa velocidade e explosividade, tem de se treinar para isso. Imagine-se a treinar para arranque, agarra a barra, prepara o corpo, ombros firmes, pega larga, costas direitas.

Agora o arranque tem de ser executado com a máxima velocidade e explosividade. Então se não explodir para fora dessa situação, será que fará o levantamento? Duvido. Os músculos respondem á especificidade. Se o exercício requer velocidade e se treina para a maratona, então os músculos iram realizar, uma adaptação para a maratona.

Então para se desenvolver velocidade e explosividade, terá de se treinar com velocidade e explosividade. A biomecânica da pliometria não é uma tarefa complicada.

O que nós temos de fazer é criar uma reacção oposta á acção prévia , mas mais rápido.

Vejamos em seguida algumas características da contração muscular envolvida na pliometria:

  • Faz-se uma pré tensão muscular antes da contracção concêntrica
  • Contracções excêntricas evitam os colapsos quando se fazem pequenas paragens como saltar para baixo
  • É por si mesmo uma forma efectiva de desenvolver a força , ou em conjunto com outras contracções musculares
  • Cria a maior quantidade de atividade eléctrica entre todas as contrações musculares, possivelmente 50% mais que a concêntrica.
  • Quando se desce vindo de um salto, existe uma pré tensão dos músculos, antes de sermos empurrados de volta.

SALTANDO

Estudos soviéticos no passado, chegaram á conclusão que nos movimentos de salto os resultados não estão limitados pela quantidade de força na chamada (takeoff) ou seja pela força representada nos extensores da perna de chamada e extensores da coluna, mas pela força que esses músculos desenvolvem durante o seu alongamento (contracção excêntrica).

Os saltadores usam as reservas de energia cinética adquirida durante a corrida de balanço e no inicio da chamada, no que é chamado, fase de amortização. Na amortização há absorções de choque, que acontecem quando o primeiro pé atinge o chão efectuando a chamada, acumulando a energia do impacto.

As forças geradas durante a recepção, são significativamente maiores que durante a fase da saída.

Por isso a necessidade da grande capacidade de força dos atletas não é para a extensão da perna de chamada , mas para prevenir a flexão excessiva da bacia e do joelho durante a fase de amortização. Se a flexão excessiva da perna de suporte nesta fase é evitada, então na fase final da chamada, o “ empurrar para fora “ é executado com sucesso.

A razão para o sucedido é que nesta fase as forças externas que actuam no corpo do saltador são substancialmente diminuídas e os extensores começam-se a contrair e a retornar ao seu estado inicial, tal como todos os corpos elásticos fazem .Deve-se manter em mente que os músculos são muito elásticos e quando são esticados e tencionados, eles manifestam grandes forças que lhes permite retornarem ao estado original.

Por esta razão a chave na pliometria é atingir a contracção excêntrica máxima e depois o sistema nervoso central muda esta contracção para concêntrica, o que produz o movimento desejado . Deve-se ter presente que a força desenvolvida durante a contracção excêntrica é maior do que a gerada voliticamente.

No caso do atletismo grande parte dos movimentos são executados entre 1 a 2 décimos de segundo. Desta forma a chave para alcançar a máxima explosão no momento do “ empurrar para fora “ é ter músculos que respondam com a máxima força/dinâmica no menor tempo possível . Isto só pode ser atingido, tendo contracções excêntricas fortes, que depois serão convertidas para contracções concêntricas no menor tempo possível.

OS PORQUÊS DA PLIOMETRIA

O que acontece exatamente durante a chamada (recepção e saída ) pode ser descrito como uma bola de borracha caindo sobre a influência da gravidade . No momento em que atinge o chão a bola deforma-se um pouco, conforme a sua elasticidade. Depois instantaneamente toma a sua primeira forma e ressalta para cima.

A altura do ressalto não depende apenas da altura de onde a bola foi largada, mas também da sua elasticidade . O ressalto de uma bola de aço será mais difícil do que uma bola de borracha. Por outras palavras quanto maior for a elasticidade do material, mais efectiva será a utilização da energia cinética acumulada na queda, para o levantamento do corpo para cima ou para a frente.

No corpo Humano, a bola é representada pelos músculos extensores, que atuam como cordas elásticas. Então quando se salta de uma determinada altura, as pernas (joelhos, bacia e tornozelos) irão no momento da recepção alongar as cordas elásticas (músculos) das respectivas junções.

Depois de alguma da ação da recepção ser absorvida pelas contrações excêntricas, a elasticidade dos músculos, usando a força restante, irá fazer saltar o corpo para cima . Este é um simplificado ponto de vista mas que mostra o que acontece quando executamos um exercício pliométrico, especialmente num dos métodos chamado, salto em profundidade.

Algumas palavras poderão ser ditas sobre a recepção e a quantidade de flexão nas junções neste momento. Se houver grande flexão dos tornozelos, joelhos e bacia o corpo ficará numa posição anatómica desfavorável . Se nos quisermos aproximar á acção da bola de borracha e saltar alto ou longe depois da recepção, então teremos de aguentar o impacto no momento da recepção com a menor flexão possível das junções.

Quando existe grande flexão das pernas devido a forças demasiado elevadas na recepção, isto aumenta o tempo de apoio e a maior parte das forças são absorvidas. Os músculos suportam muito pouco o carregamento ou a tensão.

Temos de ter em consideração a capacidade de alongamento dos músculos. É conhecido da fisiologia que os músculos que possuem níveis elevados de elasticidade, quando são alongados contraem-se com mais força e mais rápido devido á tensão vinda do alongamento. Isto é conhecido como reflexo miotáctico.

A chave para desenvolver a força explosiva, é o resultado de fazer várias formas de pliometria, é a mudança da contracção excêntrica para a concêntrica. Esta acção é controlada pelo sistema nervoso, por este motivo uma grande parte do treino é direccionada para o treino do sistema nervoso, e não só para os músculos.

Havendo uma pré tensão dos músculos, existe um maior número de unidades motoras envolvidas na contração e na frequência do impulso, o valor da descarga é maior

Fonte: musculacao.net

Treino de bíceps, guia completo

O treino de bíceps é um dos mais procurados dentro da sala de musculação, e para ajudar nossos leitores a conseguir bons resultados vamos explicar como montar um treino de bíceps para alunos iniciantes, intermediários e avançados.

Anatomia e biomecânica

O bíceps é formado por uma cabeça longa (exterior) e curta (interior), pode parecer um músculo simples com biomecânica simples, mas é, de fato, um músculo tri-articulados que atravessa o cotovelo, antebraço e ombro. A cabeça curta do bíceps é um flexor do ombro, ainda que fraca, o que significa que ele atua na flexão do cotovelo e ombro flexão simultaneamente. Em outras palavras, para que você isole o bíceps é melhor que seu ombro esteja com uma leve flexão como na rosca Schott, pois nesse exercício seus cotovelos estarão na frente de seus ombros

Hipertrofia do bíceps

Se você está tentando aumentar o seu bíceps, deve ser realista pois seu crescimento é determinado geneticamente. Algumas pessoas têm bíceps longos que não apresentam grande volume, ao passo que outros têm bíceps curtos com um grande pico no momento da contração. Então, se você quer aumentar o pico de contração se concentre no crescimento da cabeça longa do bíceps, no braquial, que é um pequeno músculo abaixo do bíceps e entre os bíceps e tríceps no lado de fora do seu braço e ao braquiorradial.

Tipo de pegada no treino de bíceps

Outra consideração para recrutamento  ideal do bíceps  é a posição da mão, o bíceps é muito eficaz com as mãos supinadas (palmas para cima), um pouco menos eficaz com as mãos em posição neutra, e os pobres com as mãos em pronação (palmas para baixo). Mas estimular as 3 opções de pegada é fundamental para quem não tem muito volume no bíceps, pois a posição supinada só leva a exaustão da cabeça longa do bíceps.

Então, por que alguns exercícios são mais fáceis com as mãos em posição neutra?

É porque o braquioradial, outro flexor cotovelo e um dos músculos de maior volume no braço é mais eficaz nessa posição. Em relação ao número de repetições o ideal é usar repetições treinos de 6 a 15 repetições com velocidade lenta a moderada.

Melhores exercícios para o treino de bíceps

Alunos iniciantes

Os alunos iniciantes devem escolher 1 dos exercícios abaixo para seu treino de bíceps pois eles estimulam todas as sua cabeças.

  • Rosca Schott barra W
  • Rosca direta com barra reta e pegada fechada

Alunos intermediários

Os alunos intermediários devem escolher 1 dos exercícios abaixo para seu treino de bíceps pois eles estimulam todas as sua cabeças.

  • Rosca Schott barra W
  • Rosca direta com barra reta e pegada fechada

E adicionar mais um exercícios que atinja a cabeça medial

  • Rosca direta com barra reta e pegada aberta
  • Rosca direta com barra W
  • Rosca direta com halteres com a palma da mão para cima

Alunos avançados

Os alunos avançados devem escolher 1 dos exercícios abaixo para seu treino de bíceps pois eles estimulam todas as sua cabeças.

  • Rosca Schott barra W
  • Rosca direta com barra reta e pegada fechada

E adicionar mais um exercício que atinja a cabeça medial 

  • Rosca direta com barra reta e pegada aberta
  • Rosca direta com barra W
  • Rosca direta com halteres com a palma da mão para cima

E adicionar outro exercício que atinja a cabeça medial 

  • Rosca alternada
  • Rosca alternada no banco inclinado
  • Rosca direta com halteres no banco inclinado com a palma da mão para cima
  • Rosca direta com barra W

E adicionar outro exercício que atinja o braquial

  • Rosca alternada no banco inclinado com pegada neutra

Rosca Schott

Rosca direta barra reta pegada fechada

Rosca direta barra reta pegada aberta

Rosca direta com halter

Rosca alternada

Rosca inclinada com rotação

Rosca inclinada

Rosca Schott

Rosca pegada neutra

Referência
Biceps activity during shoulder motion: an electromyographic analysis. K Yamaguchi, K D Riew, L M Galatz, J A Syme, R J Neviaser. Clin Orthop Relat Res. 1997 March; (336): 122–129.

Correlation between the proportion of fast fibers in the biceps brachii muscle and the relative torque during elbow fl exion in subjects with clinical hypothesis of myopathy. C G N Back, P C B Oliveira, S M G Mattiello-Rosa , C F R Sobreira, E Z Martinez, A C Mattiello-Sverzut. Rev Bras Fisioter. 2008 March/April; 12(2): 107-112.

Treino de pernas na musculação com método de saturação

O treino de pernas na musculação também é uma excelente oportunidade de aplicar o método de saturação muscular que foi descrito no artigo Treino de peito com método de saturação muscular. Porém, devido ao elevado volume muscular dos membros inferiores esses músculos devem ser treinamento em somente um dia com um intervalo de até 96 horas até o próximo treino.

Treino de perna – Quadríceps

    • Agachamento 3 x 3-4 (3/0/2 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Avanço 2 x 5-6 (2/1/1 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Leg Press 2 x 7-8 (2/4/1 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Cadeira extensora 3 x 30-40 (1/0/1 velocidades) _ Intervalo 2 minutos 




Treino de perna – Posterior da coxa e Glúteo

    • Flexora em pé 3 x 3-4 (3/0/2 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Stiff 2 x 5-6 (2/1/1 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Cadeira Flexora unilateral 3 x 30-40 (1/0/1 velocidades) _ Intervalo 2 minutos
    • Glúteo 90º 3 x 30-40 (1/0/1 velocidades) _ Intervalo 2 minutos




Treino de perna – Gêmeos (panturrilha)

    • Gêmeos em pé 4 x 8 (3/1/2 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Gêmeos sentado 2 x 12 (2/1/2 velocidade) _ Intervalo 3 minutos
    • Gêmeos na máquina 3 x 30-40 (1/0/1 velocidades) _ Intervalo 2 minutos



Obs. Como esse treino é muito exaustivo utilize a suplementação de carboidratos a cada 20 minutos

Treino hipertrofia muscular, série ABCDE, sexo masculino com prioridade nas pernas

O treino de musculação para as pernas entre os homens é algo muito difícil de ser executado, e depois de certo tempo ignorando o treino de membros inferiores eles ficam parecendo o BOB ESPONJA. Para ajudar a reverter esse quadro vou publicar um exemplo de treino musculação com divisão ABCDE e foco nos membros inferiores.

Esse treino de musculação com divisão de séries ABCDE vai usar um treino para cada grupo muscular dos membros superiores e 2 treinos para os membros inferiores como foi discutido no artigo Treino de prioridade muscular para hipertrofia. Os exercícios para os membros inferiores devem ser executados no início da sessão de treinamento e sempre até o ponto falho concêntrico para estimular ao máximo a hipertrofia muscular.

Série de musculação com divisão – ABCDE

Treino A
Exercício|s-r-i
Alongamento do peito|ox|3|30″|5″
Rotação int|ext. Do ombro|ox|3|12|0″
Supino reto|pc|5|15.12.10.8.6|90″
Supino inclinado com halter|pd|5|12.6.8.10.15|90″
Pec dec|sm|4|30″|30″
Cruzamento no cabo|sm|2|45″|90″
Pull over|sm|2|45″|90″
Avanço na base de propriocepção|sm|5|30″|60″
Abd. Reto isometria|sm|4|30″|30″
Abd. Lateral|sm|4|30″|30″

Treino B
Exercício|s-r-i
Cadeira extensora|3×8-12_60″
Agachamento aberto|3×8-12_60″
Supino declinado|3×8-12_60″
Crucifixo reto|3×8-12_60″
Supino inclinado com halter|3×8-12_60″
Pull over|3×8-12_60″
Abdominal reto |3x15_60″

Treino C
Exercício|s-r-i
Flexora|3×8-12_60″
Gêmeos sentado|3×8-12_60″
Gêmeos em pé|3×8-12_60″
Remada alta|3×8-12_60″
Puxador nuca|3×8-12_60″
Remada baixa|3×8-12_60″
Extensão de ombro|3x15_60″
Treino aeróbio – 20 minutos caminhada ou trote leve

Treino D
Exercício|s-r-i
Rotação interna do ombro|3×8-12_60″
Rotação externa do ombro|3×8-12_60″
Desenvolvimento com halter|3×8-12_60″
Elevação lateral|3×8-12_60″
Crucifixo inverso|3×8-12_60″
Abdominal bicicleta|3x15_60″
Abdominal lateral|3x15_60″

Treino E
Exercício|s-r-i
Cadeira extensora|3×8-12_60″
Agachamento aberto|3×8-12_60″
Rosca direta barra w|3×8-12_60″
Rosca concentrada|3×8-12_60″
Rosca inversa|3×8-12_60″
Treino aeróbio – 20 minutos caminhada ou trote leve| |

Treino F
Exercício|s-r-i
Flexora|3×8-12_60″
Gêmeos sentado|3×8-12_60″
Gêmeos em pé|3×8-12_60″
Supino fechado|3×8-12_60″
Testa barra w|3×8-12_60″
Pulley corda|3×8-12_60″
Abdominal reto |3x15_60″
Abdominal inverso |3x15_60″

Como interpretar o treino

Ex: Flexora 3×8 | 60”
No exemplo acima você vai realizar 3 séries de 8 repetições com 60 segundos de intervalo

Conclusão

Esse é um exemplo de treino e não deve ser usado por leigos, ele tem a função pedagógica para os alunos do curso de educação física. Mas se precisar de uma ajuda profissional contrate nossa consultoria online.

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