Como o corpo usa o carboidrato. Atualmente muitas pessoas usam o treino aeróbio com a ilusão que vão quebrar quilos de gordura. Nesse artigo vamos explicar como nosso corpo usa os carboidratos e as gorduras no treino aeróbio continuo e intervalado.
Como o corpo usa o carboidrato?!
O carboidrato sob a forma de glicose e/ou glicogênio é um combustível fundamental para o repouso e durante o treino. O cérebro usa só o carboidrato para fornecer energia. Em situações extremas o cérebro pode utilizar a gordura para suprir sua exigência por combustível.
Entretanto isso é muito arriscado, pois a oxidação excessiva de ácidos graxos pode conduzir a um estado de “cetose” (formação de corpos cetônicos pelo fígado). Os corpos cetônicos podem ser oxidados (fora do fígado) de modo proporcional a sua concentração no sangue. Os corpos cetônicos são um tipo de gasolina (BATIZADA), e sua concentração excessiva (que são muito ácidos) no sangue pode causar efeitos colaterais prejudiciais, podendo inclusive levar a morte.
Combustível numero 1º
O carboidrato (glicose/glicogênio) é a principal fonte de energia durante o treino aeróbio e anaeróbio. Podemos dividir essas atividades da seguinte forma:
- As atividades de intensidade elevada que duram de 10 a 90 segundos.
- As atividades de longa duração com intensidade alta (80% a 90% da Fcmáx)
A fim de se compreender como ocorre o catabolismo (quebra) do carboidrato durante o exercício, é necessário rever os conceitos principais e as definições relacionadas ao sistema endócrino:
Sistema Endócrino: é formado por órgão hospedeiro (glândula), mensageiro químico (hormônios) e órgão receptor.
Sistema Endócrino
Órgão Hospedeiro = Glândula > Mensageiro Químico > Hormônio Receptor Orgânico
Então podemo dizer que uma glândula (CORREIO), produz um hormônio que transporta uma mensagem através do seu hormônio (CARTEIRO), para que a célula realize uma determinada tarefa (NESSE CASO É A QUEBRA DE CARBOIDRATOS)
O Hormônio (CARTEIRO):
É a substância química sintetizada pela glândula hospedeira. Os hormônios secretados no duto sanguíneo (RUA OU AVENIDA) são levados a um local específico do corpo (células ou tecidos) endereço. Uma função específica ou ação ocorrerá dentro do órgão receptor.
Os hormônios podem ser sintetizados a partir dos compostos esteroides, como o colesterol e/ou os aminoácidos (proteínas). As glândulas chaves são:
- Glândula pituitária anterior (glândula principal)
- Glândula pituitária posterior;
- Córtex adrenal
- Medula adrenal
- Tiroide
- Pâncreas
- Paratiróide
- Ovários
- Testículos
- Rins.
Ação do hormônio:
A ação principal do hormônio é alterar a velocidade de uma reação química. O hormônio pode:
- Apressar ou retardar uma reação agindo em seu sítio enzimático
- Aumentando sua produção e/ou inibindo sua ação
- Os hormônios, também facilitam e/ou inibem o transporte de determinadas substâncias dentro das células.
Por exemplo, o hormônio insulina facilita a entrada de glicose na célula. Finalmente, eles também podem interferir na produção de uma substância intracelular específica (por exemplo, na síntese proteica).
As glândulas hospedeiras e o exercício
Existem diversas glândulas hospedeiras chaves que liberam os hormônios chaves (cada um com funções metabólicas específicas) durante o exercício a) medula adrenal: epinefrina e norepinefrina; b) pâncreas: insulina e glucagon; c) córtex adrenal: cortisol/corticosterona, aldosterona (Tabela 1.1).
Tabela 1.1 Glândula e exercício |
Glândula |
Hormônio secretado |
Função metabólica |
Medula
adrenal |
Epinefrina/norepinefrina |
Catabolismo do glicogênio. Liberação do ácido graxo. |
Pâncreas |
Insulina
Glucagon |
Transporte da glicose para célula. Transporte de aminoácido para célula Síntese proteica e da gordura Aumento do metabolismo gorduroso |
Córtex
adrenal |
Cortisol/corticosterona |
Promove o uso do ácido graxo e o catabolismo protéico Preserva o açúcar do sangue |
Mitos e Verdades
Função da norepinefrina e da epinefrina: no início do exercício, são liberadas pela sua glândula hospedeira. Esses hormônios são responsáveis pelo catabolismo do glicogênio e liberação de ácido graxo (produção de energia).
Função da insulina e do glucagon: no início do exercício, o nível de insulina é diminuído. A insulina é responsável pelo transporte da glicose nas células, o que abaixa o nível de glicose na corrente sanguínea. A insulina promove a síntese de gordura devido ao excesso de glicose arrecadada pelas células de lipídios e facilita o transporte de aminoácidos para células e também a síntese de proteínas.
O glucagon libera a glicose do fígado para o sangue e também eleva o metabolismo gorduroso, que durante o exercício aumenta para atender as demandas da produção de energia.
Função do cortisol e da corticosterona: aumentam durante o exercício vigoroso e promovem o catabolismo do ácido graxo e da proteína, agindo como antagonistas da insulina (preservando o açúcar do sangue – “efeito poupador de glicose”).
Durante o exercício
No início do exercício, ocorrem vários eventos que serão responsáveis pela produção de energia. Ela inicia especificamente, pela oxidação do carboidrato para produção da gasolina do corpo a Adenosina Trifosfato (ATP).
Inicialmente, a circulação aumentada e a demanda aguda pela produção de energia (ATP) para sustentar a contração do músculo causam no início do exercício, uma diminuição da concentração do hormônio insulina (secretado pelo pâncreas) e também elevam a demanda por glicose para o trabalho das células.
A energia para o exercício é derivada do glicogênio muscular e da oxidação de ácidos graxos. Com o aumento da duração e da intensidade do exercício, os níveis de insulina circulando no sangue diminuem e, conseqüentemente, ocorre o mesmo com a glicose. Os níveis diminuídos da glicose no sangue ativam o hormônio antagonista da insulina, o glucagon. Assim, a principal função do glucagon é aumentar a disponibilidade da glicose:
- Estimulando a produção da glicose (através do gliconeogenese do fígado), e/ou
- Liberando a glicose (na circulação) da oxidação do glicogênio (através de glicólise no fígado).
Uma vez que a glicose é disponibilizada para o trabalho dos músculos, ela irá se submeter a um ou dois processos metabólicos que produzem energia – ATP.
Durante o exercício anaeróbico, a glicose será oxidada sob um processo metabólico conhecido como glicólise anaeróbica (quebra da glicose na ausência do oxigênio). Quando o oxigênio está presente (exercício aeróbico), ocorre uma continuação na produção adicional do ATP.
O piruvato (formado durante a glicólise sob a presença do oxigênio) incorporará um outro caminho metabólico conhecido o ciclo de Krebs ou o ciclo do Ácido Cítrico (situados nas mitocôndrias da célula). Na extremidade do ciclo de Krebs, os íons de hidrogênio (H+) e elétron (e ) são removidos para que, eventualmente, incorporem o sistema do transporte do elétron (conhecido como a última etapa para a produção do ATP sob o metabolismo aeróbico).
O paragrafo acima pode ser explicado da seguinte forma, o corpo usa carvão para andar. Mas se não tiver o ajudante do maquinista (OXIGÊNIO) para limpar a sugerira que a queima do carvão faz, acontece o acumulo de íons de hidrogênio (H+). Essa bagunça atrapalha a produção de energia e faz você parar o exercício.
Assim, a disponibilidade do carboidrato como combustível energético durante o exercício é imprescindível para a contração apropriada do músculo. A falta e/ou a insuficiência do carboidrato durante a atividade física pode causar efeitos colaterais prejudiciais, incluindo a inabilidade e/ou a ineficiência do corpo humano em continuar o trabalho.
O sistema irá, literalmente, “chegar ao limite,” como é conhecido quando a eficiência da contração do músculo durante a atividade requer uma quantidade mínima de carboidrato (glicose). Além disso, outros sistemas importantes no corpo, como o sistema nervoso central, requerem a presença constante de carboidrato para funcionarem adequadamente.
Conclusão
Espero que esse artigo tenha lhe ajudado a compreender a importância dos carboidratos para o treino aeróbio e anaeróbio.
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