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2 de junho de 2018A Nutrição Funcional compreende a interação entre todos os sistemas do corpo, enfatizando as relações que existem entre a bioquímica, a fisiologia e os aspectos emocionais e cognitivos do organismo.
Ela é uma ciência integrativa e profunda, que se baseia na pesquisa científica e cuja aplicação prática engloba tanto a prevenção como o tratamento de doenças, focalizando a avaliação de aspectos bioquimicamente únicos de cada organismo e levando em consideração, inclusive, o genótipo de cada indivíduo e sua suscetibilidade genética no desenvolvimento da doença.
Nesse sentido, a nutrição funcional está em total sinergismo com os avanços científicos na área da nutrição pós-genômica. Isto é, embora os nutricionistas do século XX já investigassem os efeitos da dieta nas variáveis relacionadas à saúde, tais como a pressão arterial e as concentrações séricas de colesterol, e, com este entendimento tradicional sobre a nutrição e o sistema endócrino, estabelecessem uma dieta para cada doença, estas dietas não eram específicas para cada organismo.
A nutrição funcional
Já os nutricionistas do século XXI, entendendo a relação entre nutrição e expressão genética, prescrevem dietas de acordo com a individualidade bioquímica de cada pessoa. Como anteriormente citado, um dos princípios da Nutrição Funcional é a individualidade bioquímica, ou seja, o entendimento de que cada organismo é único, com necessidades e deficiências nutricionais únicas, metabolismo único e tendências únicas a desenvolver doenças.
Nesse sentido, faz-se necessário o estudo dos polimorfismos genéticos e suas interações com o ambiente onde o indivíduo se encontra, incluindo a sua alimentação1. Com os avanços da ciência, sabemos que a exposição ambiental durante toda a vida (considerando inclusive a vida intrauterina; exposição ou não às toxinas do ar do local de treinamento; administração de suplementos alimentares, cuja formulação apresenta corantes, edulcorantes e outros aditivos químicos; uso de hormônios anabolizantes e ingestão de alimentos ricos em ácidos graxos saturados (AGS), ácidos graxos trans, açúcares, água contaminada, alimentos processados/industrializados e o consumo em excesso de grelhados no carvão – o que aumenta a exposição a hidrocarbonetos policíclicos e outras toxinas, que se armazenam no organismo quando há uma sobrecarga hepática) é capaz de atuar no epigenoma desse indivíduo, alterando a resposta de seus genes para o desenvolvimento ou não de doenças e até mesmo para o aumento ou não da performance.
Além disso, várias pesquisas relatam que os nutrientes e compostos bioativos presentes nos alimentos são capazes de afetar o metabolismo de um indivíduo, exercendo efeitos em vários níveis genéticos de grande complexidade biológica, como na transcrição gênica; no processamento do ácido ribonucleico (RNA, ribonucleic acid); na estabilidade do ácido ribonucleico mensageiro (mRNA, messenger ribonucleic acid); e nas modificações póstranslacionais, além de agirem diretamente sobre o metabolismo celular, pela indução de alterações no ácido desoxirribonucleico (DNA, deoxyribonucleic acid) e nas moléculas proteicas.
Essas interações gene-nutriente podem explicar, por exemplo, porque alguns indivíduos respondem mais favoravelmente a certas intervenções dietéticas que outros. Dependendo do genótipo do indivíduo, o metabolismo dos nutrientes pode variar e resultar em diferentes estados de saúde e performance física.
A nutrição e o indivíduo
Centrada no indivíduo, a Nutrição Clínica Funcional identifica todos os sinais e sintomas relacionados aos déficits ou superávits de nutrientes e revela as hipersensibilidades alimentares avaliadas por meio da dieta de rotação e/ou de exames bioquímicos relacionados à alergia alimentar tardia mediada pela imunoglobulina G (IgG), considerando os exames bioquímicos relacionados à avaliação de nutrientes, utilizando sempre o rastreamento metabólico e o sistema de avaliação dos antecedentes, gatilhos (triggers) e mediadores que geram determinados sintomas (Sistema ATMS).
Conclusão
Dessa forma, é de fundamental importância uma orientação nutricional individualizada com foco no genoma do paciente para que a resposta fenotípica de performance seja adequada. A literatura já relata diversas possibilidades de aplicação da nutrigenômica na nutrição esportiva, pois é o meio de se avaliar um genótipo para verificar a presença ou ausência de um polimorfismo que pode determinar a resposta do atleta (praticante de atividade física) a um determinado protocolo de dieta e exercício; de determinar se um tipo de dieta, suplemento ou exercício pode acentuar ou compensar os polimorfismos genéticos; de determinar se um tipo de dieta, suplemento ou exercício pode potencialmente regular a expressão de genes e proteínas; e, ainda, de verificar a extensão em que uma dieta, suplemento ou exercício pode afetar a performance física.
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