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Muitos alunos da personal trainer online tem me perguntado sobre uma droga que em 2011 uma revista brasileira de grande circulação colocou como matéria de capa um medicamento que funcionava como um verdadeiro “milagre” no controle do diabetes e obesidade.

A repercussão foi grande – negativa e positivamente -, incluindo questionamentos duros no meio científico da saúde e a divulgação de uma nota técnica da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), recriminando a publicação da matéria.

A Liraglutida

Eis que cinco anos depois, o mundo deu aquelas voltas – muito bem dadas. Em fevereiro deste ano, a mesma ANVISA decidiu aprovar o uso deste mesmo medicamento como um tratamento auxiliar para o controle de obesidade em adultos. Qual a realidade? Agora ela passou a “prestar” ou, de fato, sempre “prestou”?

O medicamento que estou falando é a liraglutida. Lançada em 2009, ela compõe a classe de medicamentos chamados incretinas. Esta classe é a indicada para o controle do diabetes, a utilização das incretinas se dá por vários mecanismos associados, onde o principal deles é a estimulação que ela produz no organismo visando à liberação de um hormônio que potencializa os efeitos da insulina.

Mas por que ele foi “renegado” antes e agora foi aprovado?

A grande crítica em cima da liraglutida se deu por não haver uma comprovação científica sólida sobre as reais vantagens de sua utilização para controlar a obesidade em adultos. Além disso, outro argumento utilizado pela ANVISA na época é que ele apresenta muitas reações adversas, como náuseas, vômitos e diarreia, que podem afetar 10% de seus usuários.

Sinalizou também para reações mais graves, como pancreatite, doença da vesícula biliar, ideação suicida e tumor na glândula da tireoide, estas esperadas em 1,5% dos usuários.

Quais as características desse medicamento?

O laboratório detentor da patente deste medicamento resolveu lançar dois produtos diferentes, com nomes comerciais também distintos, com indicações terapêuticas diferentes e com a mesma substância. A grande diferença entre eles, de fato, eram as doses.

Os dois produtos são apresentados em forma de injeções subcutâneas, com doses reguláveis, o que permite mais de uma aplicação por cada frasco. Além disso, utilizam-se dispositivos popularmente conhecidos como “canetas”, muito semelhantes às usadas na administração da insulina.

Quais são os nomes desses medicamentos?

O laboratório batizou o primeiro como Saxenda e o segundo como Victoza. O primeiro tem uma dose maior de liraglutida (3mg), enquanto o segundo tem apenas 1,8MG.

Vale destacar que o Victoza já era liberado para uso aqui no Brasil desde 2010, porém, apenas como um terapêutico para o controle do diabetes tipo 2 – exatamente por sua dosagem ser menor que a do Saxenda.

Ele realmente traz resultados?

Para responder essa pergunta, foi realizado um estudo científico, nos Estados Unidos. Diversas pessoas foram submetidas ao medicamento e outras a um placebo. Ambos os grupos foram submetidos a uma dieta de baixas calorias e atividades físicas regulares.

Os resultados foram muito conclusivos e mostraram que, ao longo de 56 semanas, o grupo de pacientes que usou a liraglutida (Saxenda) perdeu quase 2,5 vezes mais peso que os que ingeriram placebo.

Para a pesquisa, foram utilizados pacientes com excesso de peso (IMC acima ou igual a 27) com, pelo menos, uma doença relacionada ao excesso de peso, ou obesos (IMC acima ou igual a 30), não incluindo pacientes com diabetes tipo 2.

Esta imagem mostra a alteração no peso corporal dos pacientes ao longo de um ano:

Conclusão

Em principio, os resultados dos estudos sobre o controle da obesidade usando a liraglutida são muito animadores. O interessante é que a perda de peso se manteve após esse prazo da pesquisa. Além disso, a perda de peso foi mais acentuada nas mulheres do que nos homens. Porém, houve um abandono de 30% das pessoas que utilizaram o tratamento, o motivo? As reações adversas.

O produto já pode ser encontrado nas principais farmácias do país. O preço não é dos mais convidativos, gira em torno de R$ 400 com dois frascos da solução. Ou seja, se você precisar manter o tratamento por, no mínimo, 12 semanas, você precisaria desembolsar uma quantia de R$ 36.000, em média. Como você utilizará um frasco por dia, precisaria de 3 a 4 por semana, ao multiplicar pelas 12 você teria este valor.

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Rodrigo Ramos
Rodrigo Ramos
Sou Personal Trainer, especialista em programas de hipertrofia e definição muscular. Se tiver alguma dúvida CLICA NO ÍCONE DO WHATSAPP no canto inferior DIREITO da tela OU na imagem no meio do POST para falar diretamente comigo! Boa leitura!

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