Treino de resistência metabólica, para definição muscular
19 de fevereiro de 20184 formas de dividir o treino de musculação para homens iniciantes
19 de fevereiro de 2018Usar a insulina a seu favor é fundamental para quem busca hipertrofia muscular, pois ela é o principal hormônio anabólico do nosso corpo. E isso faz ela um fator chave do processo de treino e nutrição.
Função insulina
O fato de baixar a glicemia e ser liberada pela elevação da glicemia vinculou a insulina ao metabolismo da glicose, o que não é bem exato, pois suas ações vão muito além. A principal função da insulina é dar destino à glicose, isto é, ordenar os processos mitocondriais e celulares, principalmente para a produção de aminoácidos, mas também para a síntese de ácidos graxos e de glicogênio.
Ou seja, a insulina regula o processo de síntese do glicogênio e proteínas muscular, o que é fundamental para hipertrofia muscular. Mas ela também modula a formação de triglicerídeos e o seu excesso potencializa o acumulo de gordura.
Assim, nos períodos de crescimento, em que existe uma maior demanda por AA, o papel da insulina será essencial. Não havendo insulina, não haverá produção de IGF-1 e consequentemente não haverá supressão da liberação de hormônio do crescimento (GH) pela hipófise.
A função do GH nesse contexto será de proporcionar a mobilização de ácidos graxos, com o objetivo de estimular a liberação de insulina e abastecer os tecidos com o aporte calórico necessário.
Então, quando você dorme, o corpo produz GH o que estimula a quebra gordura e o fornecimento energia que vai ajudar a síntese proteica. O tecido adiposo e o muscular vão necessitar da insulina para o ajuste da máquina metabólica, objetivando a produção de ácidos graxos e de aminoácidos.
Isso explica porque não tem como ganhar massa magra sem acumular gordura, mas se a dieta for bem feita é possível ganhar em uma proporção de 2kg de massa magra para 0,5kg de gordura.
Insulina e exercícios
Durante o exercício, não se necessita de insulina para o transporte de glicose e para seu uso no tecido muscular. O tecido muscular funciona como um reservatório de AA e abastece as necessidades do organismo, sempre que necessário, através da ação do cortisol.
Para insulina acelerar a síntese de tecido muscular é necessário à ação concomitante de GH e IGF-1. IGF-1 tem a capacidade de permitir a entrada de AA essenciais na célula. Naqueles tecidos que são controlados pelos hormônios sexuais, a insulina, juntamente com o hormônio tireoidiano, também participará da atividade anabólica.
Glucagon e o catabolismo
Em nossa fisiologia, os hormônios sempre atuam em equilíbrio e por isso vários hormônios tem seus antagonistas, no caso da insulina estamos falando do glucagon.
O glucagon tem a capacidade de bloquear a ação metabólica da insulina para poupar o uso de glicose, e evitar que o seu nível caia abaixo do normal e interfira na atividade metabólica do sistema nervoso.
Para corrigir a hipoglicemia, o glucagon age ainda estimulando a liberação de adrenalina que vai estimular a quebra de glicogênio hepático e muscular. Isso atrapalhar o processo de síntese proteica e deve ser evitado por todos que buscam o ganho de massa magra.
Nesse contexto é fundamental comer a cada 3 horas para evitar a hipoglicemia e a liberação de glucagon e cortisol. Mesmo que eles não atuem degradando tecido muscular, vão inibir a síntese proteica o que vem a ser péssimo para seu objetivo.
A ingestão de dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos eleva a liberação de glucagon para que ocorra a gliconeogênese. O GH atua criando condições para a liberação de insulina e produção de AA.
Insulina e o anabolismo
A insulina, nesse contexto, vai contribuir para a produção de proteínas nos músculos e para a entrada de glicose na célula muscular em repouso. No exercício, a ação da insulina passa a não ser importante, posto que, nessa situação, a glicose será utilizada prontamente e não armazenada como glicogênio ou transformada em AA.
O jejum e os processos catabólicos induzem a quebra de proteínas musculares para liberação de AA e produção de glicose. A insulina produz a elevação da concentração de AA e o retorno à síntese protéica muscular, mas a supressão do mecanismo de proteólise só ocorre algumas horas após o término do jejum, independente da elevação prévia da insulina.
Conclusão
Para quem busca o ganho de massa magra é fundamental manter o ambiente anabólico, para que isso aconteça é fundamental usar a insulina a seu favor para aumentar a síntese proteica e deixar o glucagon baixo para evitar o catabolismo.
Referência
- Administração de insulina associada ao treinamento de força: efeitos sobre o músculo esquelético de ratos. FA Voltarelli, MB Araújo, C Ribeiro… – … e Fisiologia do …, 2008 – dialnet.unirioja.es
- Distribuição centrípeta da gordura corporal, sobrepeso e aptidão cardiorrespiratória: associação com sensibilidade insulínica e alterações metabólicas. JLT Silva, DS Barbosa, JA Oliveira… – Arq. bras. endocrinol. …, 2006 – bases.bireme.br
- Tratado de fisiologia médica. AC Guyton, JE Hall, AC Guyton – 2006 – books.google.com
- Efeito do exercício físico na sensibilidade à insulina em mulheres obesas submetidas a programa de perda de peso: um ensaio clínico. MFF Mediano, JSO Barbosa, R Sichieri… – Arq. bras. endocrinol. …, 2007 – bases.bireme.br
- Mecanismos moleculares de resitência à insulina na síndrome metabólica. HG Zecchin, JBC Carvalheira… – Rev. Soc. Cardiol. Estado …, 2004 – bases.bireme.br