5 regras básicas para ter sucesso no treino de musculação
15 de março de 2018Como evitar a perda de massa muscular durante a dieta
15 de março de 2018A osteoporose é uma patologia do sistema ósseo, caracterizada pela redução da densidade óssea. A redução da massa óssea leva e perda da capacidade de suportar torção por nossos ossos o que os deixa mais suscetível às fraturas. (Meneses,2008) O uso do treinamento de musculação como tratamento para melhorar a força e a qualidade óssea, reduzindo o risco de fraturas vem sem relatado por vários estudos. (Borba-Pinheiro,2012)
Epidemiologia da osteoporose
Estima-se que nos E.U.A o número de pessoas com osteoporose esteja entre 15 e 20 milhões, levando a uma incidência anual média de 1,3 milhões de fraturas, com o custo aproximado de 3,8 bilhões de dólares. A perda óssea em mulheres começa aos 35 anos e progride 1% ao ano até a menopausa. Nos homens a perda começa aos 45 anos e é cerca de 0,5 % ao ano, continuadamente.
Na maturidade a diminuição da densidade óssea pode chegar a 50%, como o osso é um tecido dinâmico que está em constante remodelação a degradação óssea nessa fase da vida excede a taxa de síntese de um novo osso, reduzindo gradualmente a densidade e as sobrecargas que podem ser toleradas.
A osteoporose acomete ao menos 15% das mulheres mais de 70 anos e 50% das mulheres com mais de oitenta anos irão sofrer uma fratura óssea como resultado da osteoporose. Inúmeras pesquisas têm mostrado a eficiência de um programa de musculação para prevenir a doença e melhorar a densidade óssea em pessoas que já a possuem.
Para melhor entender a osteoporose, conhecida como doença silenciosa por não apresentar sintomas, é necessário conhecer alguns aspectos importantes do seu desenvolvimento, etiologia, tipos e outros fatores que interferem diretamente na montagem do programa ideal de musculação. (Meneses,2008)
Tipos de osteoporose
A osteoporose é dividida em primária e secundária, e a osteoporose primária é classificada em tipo I e II. Na osteoporose primária tipo I ocorre perda da capacidade estrutural “trabecular”, é como se as vigas da sua casa fosse consumidas por cupins, e ela é decorrente da perda da função ovariana na menopausa.
Já na osteoporose primária do tipo II ocorre perda óssea no osso cortical “ que são as paredes da sua casa” e parece ser uma aceleração do processo fisiológico de envelhecimento
A osteoporose secundaria corresponde é mais rara e acomete menos de 5% das mulheres e pode estar relacionada a diversos fatores como:
- Problemas renais
- Uso prolongado de corticóides
- Problemas na paratireóide
- Problema na tireóide
- Baixa produção de hormônios sexuais
- Diabetes
- Drogas que inibem a absorção óssea
As causa da osteoporose
Os motivos que levam a perda da massa óssea podem variar em relação ao local e a causa da doença, más existem 3 mecanismos básicos que estão envolvidos em sua gênese:
- Alteração da microestrutura óssea (as vigas do seu telhado começam a quebrar)
- Redução da massa óssea
- Perda do equilíbrio e aumento no número de quedas.
Fatores responsáveis pela fragilidade óssea:
Com certeza a redução da massa óssea e o principal motivo para a perda da força do osso, e quando associada a redução da capacidade de reparação da matriz óssea presente na maturidade esse quadro tende a se agravar. E diante disso, as quedas passam a ser um fator determinante para desencadear a fratura óssea.
O processo de perda da massa óssea ocorre em 2 estágios, primeiro ocorre a osteopenia que é a redução da produção de massa óssea, ela é um fator de risco para a osteoporose e acomete tanto homens quanto mulheres. O segundo estágio desse processo é a osteoporose que é caracterizada pela baixa massa óssea e deterioração da arquitetura do tecido ósseo, levando a fragilidade e ao conseqüente aumento do risco de fraturas. (Meneses,2008)
Função do tecido ósseo
O tecido ósseo é um dos mais resistentes e rígidos do corpo humano. Como tecido especializado em suportar pressões, serve de suporte para as partes moles, protege órgãos vitais como o cérebro, pulmões, coração e medula espinhal, abriga e protege a medula óssea que forma as células do sangue, proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos do corpo, além de estar envolvido no armazenamento de minerais essenciais como o cálcio e o fósforo que constituí um sistema de alavancas que ampla as forças geradas pela contração muscular.
O osso é um tecido adaptável e pode mudar a estrutura de acordo com as mudanças dc sua função. As mudanças no tecido ósseo são refletidas com a diminuição ou aumento do diâmetro do canal medular, aumento na diminuição da largura do osso cortical, mudanças no conteúdo mineral do tecido e mudanças no comprimento, perímetro e densidade.
Embora o fator primário da arquitetura e densidade óssea seja genético podem ocorrer usa série de adaptações ao longo da vida em decorrência dos estímulos que o osso sofre. A massa óssea é responsável por 75% da força do osso. A capacidade de o osso suportar forças de compressão, tração e torção é inerente a idade e por isso a musculação pode ajudar a prevenir fraturas. (Meneses,2008)
A remodelação óssea
A eficiência da remodelação da massa óssea é o que determina sua força, se o osso ficar velho ele será fraco. Esse processo de remodelação se refere a retirada do osso velho e a reposição por um osso novo. Para que isso ocorra de forma adequada precisamos de um conjunto de células chamadas osteoblastos, elas formam um molde orgânico para que o corpo deposite o cálcio e colágeno.
Os osteoclastos são grandes células com vario núcleos que participam do processo de remodelação óssea, esse processo promove um verdadeiro acabamento no osso, e os restos que são retirados da matriz óssea são liberados na corrente sanguínea. Portanto podemos afirma que os osteoblastos sobem as paredes da casa, e os osteoclastos dão acabamento lixando suas imperfeições.
Para que ocorra a manutenção sadia da massa óssea é fundamental que o processo de deposição de tecido ósseo e o de retirada sejam equilibrados, caso isso não ocorra o processo de osteoporose de inicia. (Saraiva, 2002)
Prevenção da osteoporose
A perda da massa óssea é um processo decorrente do envelhecimento, então é fundamental que as mulheres sejam encorajadas a realizarem atividades de alto impacto antes menopausa, pois quanto maior a massa óssea menor o risco de desenvolver osteoporose.
Além disso, alguns fatores influenciam no pico da massa óssea como:
- Mulheres brancas têm maior tendência à osteoporose e se houver histórico familiar para doença esse quadro se agrava. Nesse caso a densitometria óssea deve começar antes da menopausa
- Além disso, a deficiência genética de vitamina D e baixa ingestão de cálcio na infância também estão associados ao desenvolvimento da osteoporose. O aumento do número de casos de bulimia e anorexia nervosa também deve ser visto como um importante fator para o desenvolvimento da doença.
- O aumento do sedentarismo e a redução das atividades manuais também são vistos como fatores de risco para a osteoporose. Mulheres fisicamente ativas apresentam maior densidade mineral antes da menopausa e menor risco de desenvolver a doença. (Borba-Pinheiro,2012)
Outros fatores importantes na prevenção da osteoporose
A prevenção da osteoporose começa na infância, pois meninas que tem menstruação tardia têm menor massa óssea, além disso, a irregularidade ou ausência de menstruação levam a perda de 4% de massa óssea por ano. Esse valor é quase 10x maior que o normal que ficar em torno de 0,3 a 0,5 por ano.
Os hormônios da paratireóide também atuam na remodelação óssea e não podem ser negligenciados, eles atuam na atividade dos osteoblastos e osteoclastos e caso haja deficiência de vitamina D o ciclo de remodelação pode ser acelerado provocando perda de massa óssea. A vitamina D tem como função estimular a formação de osteoblastos que vai ajudar na formação de massa óssea
Os distúrbios da tireóide também afetam a remodelação óssea, no caso do hipertireoidismo ocorre uma absorção maior que a deposição de cálcio, já a baixa produção de calcitonina aumenta a atividade dos osteoclastos. Os glicocorticóides também são um grande perigo para a formação da massa óssea pois eles diminuem a produção de osteoblastos e a absorção de cálcio. (Borba-Pinheiro,2012)
Osteoporose e seus fatores de risco controláveis e não controláveis
O crescimento do número de casos de osteoporose é algo irreversível, pois eles estão diretamente relacionados ao envelhecimento, porém atitudes simples podem ajudar a diminuir sua incidência, dentre os fatores de risco que podemos controlar estão: (Borba-Pinheiro,2012)
- Tabagismo
- Deficiência de hormônios sexuais
- Abstinência de leite e derivado da dieta
- Sedentarismo
- Dieta muito ácida
- Amenorreia ou irregularidades menstruais
- Dieta rica proteína
- Sal em excesso na comida
- Três ou mais xícaras de café, chá ou refrigerante do tipo cola, por dia
Evolução da osteoporose
A osteoporose é uma doença silenciosa que não apresenta sintomas, ela pode acometer todos os ossos do corpo, mas apresentam grande incidência nas vértebras, seguido do colo do fêmur e antebraço.
As fraturas nas vértebras são geralmente por compressão e acabam gerando redução da estatura devido à cifose, já as fraturas no colo do fêmur são mais complicadas, pois podem levar o individuo a incapacidade e em muito casos a morte devido complicações associadas a fratura. (Pinheiro,2008)
Conclusão
A osteoporose é um grave problema de saúde publica, devido aos altos custos do tratamento, incapacidade e mortalidade que ela provoca, a população idosa é a mais acometida devido às características intrínsecas da doença. Estimular a prática da musculação e outros hábitos saudáveis na população de risco é a única forma de controlar essa epidemia.
Referências;
- MENEZES, Renata Carneiro de; CHAVES, Luciana and FARIAS, Daniela Cardoso. Osteoporose. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2008, vol.48, n.5, pp. 301-304. ISSN 0482-5004. http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042008000500009.
- BORBA-PINHEIRO, Cláudio Joaquim et al. Efeitos do Treinamento resistido sobre Variáveis relacionadas com a baixa densidade óssea de Mulheres menopausadas tratadas com alendronato. Rev Bras Med Esporte [online]. 2010, vol.16, n.2, pp 121-125. ISSN 1517-8692.http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922010000200009.
- DOURADOR, Eliane Battani. Osteoporose senil. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 1999, vol.43, n.6, pp 446-451. ISSN 0004-2730. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27301999000600010.
- PINHEIRO, Marcelo de Medeiros. Mortalidade APOS fratura POR osteoporose. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2008, vol.52, n.7, pp 1071-1072. ISSN 0004-2730.http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302008000700001.
- SARAIVA, Gabriela Luporini e Lazaretti-Castro, Marise. Marcadores Bioquímicos da Remodelação Óssea nd Prática Clínica. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2002, vol.46, n.1, pp 72-78. ISSN 0004-2730. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302002000100010.