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A hipertrofia muscular é o principal objetivo dos praticantes de musculação, infelizmente nem todos os alunos alcançam esse objetivo, isso ocorre porque a genética tem forte influência no ganho de massa muscular.

Os estudos

Estudos com irmãos gêmeos tem sido tradicionalmente empregado em diferentes áreas de pesquisa da genética humana, com a finalidade de averiguar a influência relativa do genótipo e do ambiente sobre a variação fenotípica. Neste contexto, muitos estudos tentam identificar o papel da genética no ganho de força e massa muscular.

Os resultados encontrados em pesquisas com gêmeos enfatizam a ideia que nem todo mundo pode desenvolver a mesma força e hipertrofia muscular, e que, embora todos possam melhorar com treinamento de musculação adequado, poucas pessoas têm a predisposição genética para se transformar em um Mr. Olympia.

Os genes

Atualmente existem grandes evidencias que vários genes modulam nossas respostas ao treinamento como o ganho de força, potência e hipertrofia muscular. Por exemplo, a miostatina que é uma proteína presente no músculo esquelético tanto no período embrionário quanto na idade adulta.

Esta proteína, também é conhecida como GDF-8 (Growth and differentiation factor e é um membro da família das supercitocinas do fator de crescimento transformador TGF-β, (Transforming growth factor-beta). Sua ação consiste em regular a proliferação dos mioblastos durante o período embrionário e ajustar o crescimento da musculatura esquelética em humanos e animais, durante e após o período embrionário. Esta regulação se dá através de uma interação com o receptor Activina IIB pela junção da miostatina com um propeptídeo. (Matsakas,2005)

A função da Miostatina é limitar o crescimento muscular, mantendo quiescentes as células satélites. A partir do momento que o músculo sofre uma microlesão estas células satélites, migram para substituir as células lesionadas.

Sem a Miostatina, o freio que atua sobre as células satélites poderia ser eliminado e as células musculares proliferariam, mas uma variação genética no receptor do gene IL-15RA pode inibir a resposta hipertrófica ao treinamento de força. (Schuelke,2004)

Outros fatores

Outros fatores como os genótipos com fator neurotrófico ciliar (CNTF), onde o grupo (G / G) e (G / A) mostraram ter significativamente mais força muscular em comparação com os grupos (A / A) homozigotos.

Há também alfa-actinina-3 (ACTN3), onde o genótipo R577X está fortemente associado com a força e capacidade contrátil do músculo esquelético. Stewart e Rittweger (2006) fornecem uma revisão abrangente sobre os reguladores moleculares e influências genéticas da força e hipertrofia muscular, os autores sugeriram que os genes regulam de 80 a 90% da variação do ganho de força e massa muscular.

Uma demonstração muito simples da importância da genética é mostrado no estudo de Van Etten et. Al ‘s (1994). Este relataram aumentos significativos na massa livre de gordura para um grupo (muscular) mesomorfo após 12 semanas de treinamento de musculação, e o grupo  ectomorfo não apresentou melhoras significativas no mesmo período mesmo tendo seguido a mesma rotina de treinamento.

Resultados

Portanto, parece que aqueles que são naturalmente magros e mas, com bom porte muscular conseguem ganhar massa muscular mais rápido que  os que são somente magros e com grande arcabouço ósseo. Então não podemos negar que a genética é um fator chave para o sucesso de musculação.

Conclusão

Como dizia meu professor Dilmar Pinto Guedes “quem nasceu lagartixa não pode virar crocodilo” e isso é uma lei inexorável da genética humana. No entanto, como mencionado acima, todos podem melhorar sua condição existente com treinamento, dieta e descanso adequados.

Leia mais:

  1. Matsakas, A. and P. Diel (2005). “The growth factor myostatin, a key regulator in skeletal muscle growth and homeostasis.” Int J Sports Med 26(2): 83-9.
  2. Schuelke, M., K. R. Wagner, et al. (2004). “Myostatin mutation associated with gross muscle hypertrophy in a child.” N Engl J Med 350(26): 2682-8.
  3. Rittweger J, Stewart CEH,. Adaptive processes in skeletal muscle: Molecular regulators and genetic influences. J Musculoskelet Neuronal Interact 2006; 6: 73-86.
  4. Van Etten LMLA, Verstappen FTJ, Westerterp KR. Effect of body build on weight-training-induced adaptations in body composition and muscular strength. Med Sci Sports Exerc 1994; 26: 515-21.

 

Rodrigo Ramos
Rodrigo Ramos
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2 Comments

  1. ze preto disse:

    tenho muita força tenho 77kg corpurais tenho 43 anos de idade tenho mesmo força exajerada nao tomo nada faço musculaçao isso é genetica ou nao dizem que impossivel fazer o que faço sem tomar asteroides so que a minha força e mesmo natural e sou forte em varios desportos diferentes cumprs

  2. Rodrigo Ramos disse:

    Olá, boa tarde!
    O que acontece é que provavelmente você tem muitas fibras 2B, que são as fibras de velocistas e levantadores de peso e por isso levanta tanta carga na musculação. Por outro lado você não deve ter muita resistência aeróbio, pois essas mesmas fibras não produzem muita energia por essa via.

    Att. Prof. Rodrigo Ramos

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