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Até que ponto devemos nos preocupar com a resposta hormonal nos treinos de hipertrofia ?

 É muito comum nas academias a ideia de que os treinos possam ou devam ser baseados na resposta hormonal aguda e que esta faça grande diferença na resposta hipertrófica.

Hormônios são substâncias químicas (mensageiros) produzidas e secretadas por glândulas endócrinas, lançados no organismo coordenando seu funcionamento como um todo.

Dentre os hormônios clássicos, específicos para o anabolismo muscular encontram-se Testosterona, GH (hormônio do crescimento) e IGF-1 (fator de crescimento semelhante a insulina).

A testosterona é o mais poderoso destes hormônios em relação ao crescimento muscular, sendo alvo do mercado negro nas academias tendo uso indiscriminado uma vez que a administração destes anabolizantes tem sido mostrada ser a o fator mais potente de indução a hipertrofia (WEST & PHILLIPS, 2010).

A prática atual de direcionamento dos treinos baseando-se na resposta hormonal foi iniciada após a década de 90 após avanços na publicação de estudos científicos envolvendo exercício resistido e resposta hormonal.

A ideia de alguns treinadores na prática é baseada no crescimento muscular rápido e exagerado em indivíduos que fazem o uso de esteroides, ou seja, procura-se de alguma forma a elaboração de treinos que promovam maiores aumentos dos níveis de GH, IGF-1 e Testosterona, na tentativa de que estes hormônios auxiliem uma resposta hipertrófica superior aos treinos não baseados em grande resposta hormonal.

Porém esta teoria é falha do ponto de vista teórico-prático pois o efeito suprafisiológico (hormônios alterados cronicamente acima dos níveis fisiológicos como no caso de quem administra esteroides anabólicos) é TOTALMENTE diferente do aumento transitório e fisiológico durante e pós-treino.

Devemos então a partir daqui entendermos qual a influência da resposta hormonal “fisiológica” ou natural sobre a hipertrofia muscular.

O GH (hormônio do crescimento), sintetizado e secretado pela glândula hipófise anterior, tem sua concentração sanguínea aumentada após sessões de musculação. Sua maior ação é através da estimulação de liberação de IGF-1 no fígado e em outros tecidos como o músculo. A síntese de proteínas miofibrilares (efeito esperado no músculo para quem quer hipertrofiar) não é estimulada pelo GH (DOESSING et al., 2010) sendo este hormônio mais associado a síntese de colágeno em tendão humano. Neste sentido é mais utilizado na prática (indiscriminadamente) para diminuição de lesões por competidores assim como redução de gordura (tem efeito lipolítico). Resumidamente, o GH tem ação destacada no crescimento corporal durante o a fase de desenvolvimento não estando relacionado diretamente a hipertrofia muscular adulta (VELLOSO, 2008).

A testosterona por sua vez, sintetizada nas gônadas e ovários por uma série de conversões enzimáticas, possui o maior efeito de todos os hormônios sobre a resposta hipertrófica (através de diversos mecanismos como aumento da síntese proteica miofibrilar, indução da proliferação de células satélites e formação de novos mionúcleos, inibição da degradação proteica etc).

Porém, o aumento transitório deste hormônio em diferentes tipos de treinos não reflete em maior disponibilidade de ligação dos mesmos aos seus receptores androgênicos, necessitando de maiores regulações a longo prazo.

Por fim, o IGF-1 atualmente bastante divulgado na prática, exerce influência na hipertrofia muscular, apesar de não ser o fator limitante da mesma onde há hipertrofia mesmo na “ausência de seus receptores” (SPANGENBURG et al., 2008).

Este hormônio possui variações ou isoformas (IGF-1Ea, IGF-1Eb, IGF-1Ec ou MGF) sendo a isomorfa MGF (fator de crescimento mecânico) a mais associada com indução de síntese proteica miofibrilar (necessária na hipertrofia) por ser liberada e agir dentro do músculo. Resumidamente, o IGF-1 pode estimular síntese proteica em maior grau (localmente via MGF) ou menor grau (no sangue) não sendo um fator dependente para que haja síntese proteica miofibrilar e consequentemente hipertrofia.

Estudos que propuseram diferentes situações de treinamento (grande aumento fisiológico na concentração hormonal x pequeno aumento na concentração hormonal) não observaram diferença na hipertrofia muscular após diversas semanas de treinamento de força, ou seja, houve hipertrofia nas duas condições citadas independentemente das concentrações fisiológicas (aumento transitório ou não) hormonais (WILKINSON et al., 2006; WEST et al., 2006).

É importante lembrar que mesmo não necessitando de treinamentos direcionados somente para a resposta hormonal, a variação hormonal fisiológica é importante para o organismo quando mantida em níveis normais, ou seja, em casos de diminuição crônica e exagerada nas concentrações de testosterona, GH e IGF-1 ocorre grande prejuízo na resposta hipertrófica, auxiliando acontecimento do quadro oposto, ou seja, atrofia muscular.

A saída então seria o anabolizante? Para uma resposta hipertrófica rápida, exagerada e inconsciente, poderíamos dizer que sim. Se você não liga para os prováveis riscos de vida (desenvolvimento de diversos tipos de câncer) que estará submetido além de milhares de razões (não é o foco do post) contrárias ao uso indiscriminado seria esta sua saída. Porém se está em busca de resultados seguros de médio a longo prazo, você não precisa basear sua rotina de treino em torno das “elevações hormonais superiores” pós-treino baseado nas explicações anteriores.

Ao invés disso, você necessita ter acesso a um TREINO PERIODIZADO onde haja manipulação individualizada das variáveis agudas do treinamento de força (Frequência de treino, Escolha de exercícios, Ordem dos exercícios, Carga, Número de séries, Período de descanso entre séries e treinos, variação dos exercícios e progressão dos treinos).

Portanto, os treinos devem ser baseados nas variáveis agudas do treinamento de força (elaborados pelo professor) que por si só já incluem um planejamento das respostas hormonais crônicas, na correta manipulação destas variáveis, enquanto que a manutenção “adicional” dos hormônios anabólicos em níveis naturais (aumentados ou não porém evitando a redução) deve ser realizada com boa alimentação, sono adequado, redução da carga de estresse emocional entre outros fatores que não estão no controle do seu professor.

Referências para estudo sobre o tema

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