Autoliberação miofascial na musculação realmente funciona?
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17 de março de 2018O treino de oclusão é mais uma ferramenta para ser usada no treino de hipertrofia muscular. Sim, eu imagino que você, leitor do site Musculação Online, já deve saber de “cor e salteado” os benefícios do treinamento de força para a saúde, bem estar e o desempenho atlético.
E sabe também que, uma das variáveis mais importantes do treinamento é a sua intensidade. A literatura científica é quase unânime em dizer que intensidade elevada deve ser utilizada como um excelente estímulo para ganhar força e massa muscular.
Já clinicamente, o uso de intensidades mais altas nem sempre são viáveis ou recomendadas. Condições como as caracterizadas por atrofia ou fraqueza muscular, doenças neuromusculares, síndrome da fragilidade, entre outros, são excelentes exemplos de situações que se beneficiaram do aumento de força e massa muscular, mas apresentam limitação quanto ao uso de cargas mais elevadas.
Treino de oclusão vascular
Qual a relação disso tudo com a oclusão muscular? Eu explico, na década de 90, alguns outros autores defenderam que o acumulo de metabólitos e a fadiga eram fatores importantíssimos para o aumento de força e músculos.
Mais tarde, pesquisadores japoneses utilizaram torniquetes pressurizados para restringir, de forma parcial, o fluxo sanguíneo da musculatura exercitada, utilizando intensidades mais baixas que as recomendadas inicialmente e observaram um aumento muito significativo de força.
Na verdade, o principio é exatamente igual à técnica, também japonesa, chamada Kaatsu training. Esta desenvolvida em meados dos anos 60 e Sato, seu idealizador, utilizou seu próprio corpo como cobaia.
Submetendo-o a pressões superiores a 600 mm HG, por tempo prolongado. E no ano de 1967, Sato conseguiu finalmente determinar a posição ideal onde aplicar a pressão para reduzir o fluxo sanguíneo, além da pressão adequada, para ser usado no treinamento de baixa intensidade.
Mas é possível usar intensidades baixas e obter resultados? Parece irônico, mas sim. É quase que intuitivo imaginar que quando são utilizadas cargas elevadas, uma maior porção da musculatura exigida será colocada em funcionamento quando comparado ao exercício com cargas mais baixas.
A questão é que o treinamento de oclusão sanguínea induz um maior estresse metabólico, gerando um quadro de fadiga localizado, o que leva à necessidade de recrutar uma maior parte de musculatura exercitada, apesar de usar uma carga reduzida.
Conclusão
A conclusão é que esta tem sido uma alternativa interessantíssima para pessoas que, por alguma limitação, não podem utilizar cargas elevadas, mas querem aumentar a força e massa muscular.
De fato, o treinamento demonstrou eficácia em algumas doenças como as que citamos acima, além de ajudar as pessoas idosas, mas em treinados jovens e saudáveis ele só deve ser usado como mais uma ferramenta de treino.
Referência
- Treinamento de força com oclusão vascular: adaptações neuromusculares e moleculares. GC Laurentino – 2010 – teses.usp.br
- Análise das repercussões hemodinâmicas e vasculares do treinamento Kaatsu. PA Wolinski, EB Neves, EF Pietrovski – ConScientiae Saúde, 2013 – academia.edu